Os reservatórios das represas que produzem energia hidrelétrica estão em um nível mais baixo no momento e isso deve obrigar um maior emprego das usinas termoelétricas, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O País tem contado com as termoelétricas para suprir a oferta de energia, mas o custo dessa troca fica mais alto para o consumidor final.
O aumento estaria também ligado ao maior consumo energético resultado da elevação da temperatura ambiente e de outros fatores, inclusive, econômicos. Autoridades do ONS estimam que o mês passado tenha sido um dos mais secos desde 1931, época em que começou a medição. A região Sul foi a mais seca em outubro, e a Sudeste teve nesse mesmo mês sua terceira marca histórica com menos chuvas.
Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul inspiram mais preocupações do Operador, mas a região Sudeste não é desconsiderada, ainda que haja previsão de chuvas intensas até o final deste mês nos reservatórios hidrelétricos.
Mesmo que não tenham atingido a rede elétrica até o momento, as queimadas são outra dificuldade que também inspira atenção daquele órgão. O Operador garantiu que essas regiões também terão disponível a energia fornecida pela geração eólica do Nordeste.
De acordo com o Banco de Informações de Geração do Operador Nacional do Sistema Elétrico, em 2018, a potência instalada de geração de energia elétrica no Brasil ficou dividida pelos setores hidrelétrico, 60,33 %; termelétrico, 26,21%; eólico, 7,91%; nuclear, 1,26%; e solar, 0,71%.
Já a resenha do Plano Anual da Operação Energética – PEN 2020 – registrou, em abril deste ano, a capacidade térmica por combustível com segmentação em sete fontes energéticas. A oferta termelétrica total do País é de 24.209MW, inclusive contando com a energia nuclear. A predominância tem sido do gás natural com quase 50% do total ou 11.988MW.
O índice por tipo de combustível é complementado pelo óleo, com 3.486MW (14%); carvão, com 3.017MW (13%); gás natural liquefeito, com 2.220MW (9%); energia nuclear, com 1.990MW (8%); seguidos pelo diesel, com 918MW (4%), e outros 590MW (2%).
A previsão do estudo é que esta capacidade térmica aumente dos 24,2 mil MW atuais para 28,6 mil MW até o final de 2024. A fonte combustível que deve crescer é o gás natural, cuja estimativa é alcançar os 56% de participação desse segmento, enquanto os restantes com exceção dos chamados ‘outros’ sofrerão retração ou se estabilizarão.