A transição energética, especialmente por meio de fontes renováveis, foi um dos temas centrais debatidos no G20. E o Brasil, por seu potencial, se posiciona como um possível líder global nesse processo.
De acordo com os dados da Climate Transparency 2022, o Brasil apresenta a matriz energética mais renovável entre as maiores economias do mundo. Atualmente, 70% da geração de energia elétrica no país vem de fontes renováveis. Em comparação, nos Estados Unidos esse percentual é de 21%, na França de 29%, na Rússia de 20% e na África do Sul apenas 9%.
Cenário de energia solar no Sudeste de acordo com dados da ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica: São Paulo tem 4.622,40 MW instalados, o que corresponde a 14,2% de toda a base instalada no país. Minas Gerais com 4.163,6 MW (12,8,%), Espírito Santo 834,3 MW (2,6%) e Rio de Janeiro, 1.249,6% MW (3,8%).
O Sudeste é responsável por 33,4% da capacidade instalada de energia solar no Brasil, o que corresponde a 10.869,9 MW.
Desafios da Energia Solar no Brasil
Apesar do grande potencial, a energia solar enfrenta alguns desafios que precisam ser superados para que o setor se desenvolva plenamente:
- Preço da energia: o custo da energia elétrica ainda representa um obstáculo.
- Taxas de juros: os juros elevados dificultam o financiamento de novos projetos.
- Oscilação cambial: a variação do câmbio impacta o custo dos equipamentos importados.
- Limitações no sistema de transmissão: a falta de infraestrutura adequada, especialmente no Nordeste, compromete a expansão das instalações solares.
- As concessionárias de energia podem, por exemplo, alegar “inversão de fluxo de potência” para negar pedidos de conexão de usinas solares. Esse fenômeno ocorre quando a energia gerada por um sistema solar excede a demanda do consumidor, e o excedente é enviado para a rede elétrica. Embora esse processo seja importante para otimizar o uso da energia gerada e possa resultar em créditos na conta de luz, precisa ser melhor regulado e adaptado às realidades locais.
Taxa do Sol
A chamada “taxação do sol”, como é conhecida no mercado de energia solar, começou a ser aplicada este ano sobre o valor da tarifa de energia. A cobrança corresponde a 30% do valor referente ao “Fio B”, com um aumento progressivo até 2029, quando atingirá 100% para novas instalações. No entanto, consumidores que já possuíam sistemas solares instalados antes de janeiro de 2023 ou que solicitaram a instalação até essa data estarão isentos dessa cobrança até 2045.
Mercado de energia solar
De acordo com o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), as residências lideram o uso da tecnologia fotovoltaica, com mais de 2,8 milhões de imóveis abastecidos, com 70% do total de unidades consumidoras. A tendência é de mais crescimento no consumo no setor residencial, uma vez que, dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), projetam um aumento médio de 3% ao ano ao longo da próxima década, alcançando 226 TWh em 2034, com uma previsão de 91 milhões de consumidores, que devem utilizar, em média, 202 kWh, por mês.
Redução de custo
A energia fotovoltaica representa uma solução atraente e viável para aqueles que buscam reduzir seus custos de energia. Além de contribuir assim para um futuro mais sustentável. Ainda segundo a Absolar, como uma fonte de energia limpa, o crescimento do setor fotovoltaico contribuiu para evitar a emissão de aproximadamente 45,5 milhões de toneladas de CO2 na produção de eletricidade. Esse crescimento colocou o Brasil como responsável por 4% da oferta global de energia fotovoltaica em 2023. Esse índice consolidou o país entre os maiores mercados do mundo.
Entre as vantagens do uso de energia fotovoltaica, estão a redução de custos de energia, sustentabilidade, compatibilidade com tecnologia inteligentes e autossuficiência.
Armazenamento de energia
A combinação de energia solar e baterias permite que a residência continue funcionando mesmo em caso de falta de energia da rede, mantendo dispositivos essenciais como sistemas de segurança e iluminação. As baterias de lítio têm se mostrado importantes para esse tipo de armazenamento.
Além de aproveitar uma fonte de energia limpa e renovável, o sistema de energia solar e baterias de lítio é responsável pelo armazenamento do excesso de eletricidade durante o dia, o que garante dessa forma a autonomia dos sistemas de automação, como luzes, termostatos e sistemas de segurança, permitindo que sejam usados até mesmo após o pôr do sol.
Com a queda dos custos das baterias e o avanço da energia solar, o Brasil se encontra assim diante de uma grande oportunidade de transformação do setor energético. A adoção dessas tecnologias pode melhorar a qualidade de vida da população, especialmente em regiões onde o fornecimento de energia enfrenta maiores desafios.
Regiões como o Norte e o Nordeste do Brasil sofrem com grandes déficits no fornecimento elétrico, que é irregular e sujeito a interrupções frequentes. Em áreas remotas, como na Amazônia e no semiárido nordestino, o acesso à eletricidade é limitado. E os altos custos de geração e transmissão agravam ainda mais o problema. Nessas localidades, a combinação de baterias e sistemas solares apresenta uma solução eficiente e viável para melhorar a oferta de energia.