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Por que o cobre é muito utilizado na fabricação de fios e cabos elétricos?

O cobre é um dos materiais mais importantes utilizados na instalação elétrica. Além de estar presente nos fios e cabos elétricos, o material também é utilizado em outros componentes, como disjuntores, eletrodos de aterramento, interruptores, tomadas, barramentos, entre outros. Por isso, saber a origem de sua fabricação é muito importante.

Excelente condutor elétrico, o cobre ainda conta como principais características a grande resistência à corrosão e à deformação, além de ser muito maleável.

“O cobre só perde para a prata em termos de condutividade elétrica. Porém, com o elevado preço da prata, o cobre é amplamente utilizado na indústria de fios e cabos elétricos”, afirma o professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da IFC/Cobrecom, empresa de condutores elétricos de baixa tensão.

De acordo com o profissional, o cobre pode ser utilizado em todos os tipos e tensões de cabos elétricos, desde pequenos condutores de sinal, instrumentação e controle que funcionam em poucos volts, até grandes cabos de alta tensão, que operam na faixa de milhares de volts.

Alexandro Pedroso da Silva, coordenador de Desenvolvimento de Produtos da IFC/Cobrecom, ainda reforça que a condutividade do cobre é muito superior à do alumínio (outro metal utilizado na fabricação de fios e cabos elétricos). “A condutividade do cobre é aproximadamente 40% melhor que a do alumínio. Além disso, nos quesitos mecânicos, o cobre também é superior ao alumínio, uma vez que ele é muito mais dúctil e maleável e, consequentemente, tem um melhor desempenho nas instalações elétricas em geral”, ressalta.

Grau de pureza do cobre

Hilton Moreno explica que a resistividade do cobre é influenciada diretamente pela sua pureza, ou seja, quanto maior a pureza, maior a capacidade de conduzir corrente elétrica.

Segundo o profissional, as normas técnicas que estipulam as regras para a fabricação dos fios e cabos elétricos determinam que o cobre tenha 99,99% de pureza e, caso essa pureza seja menor do que 99,99%, o que acontece com os cabos fabricados com sucata impura de cobre, haverá menor condução de corrente elétrica.

“Isso significa aumento exagerado de temperatura de operação do cabo (sobrecarga), que resulta em aumento da conta de energia elétrica e na degradação do cabo, o que pode ocasionar em curto-circuito, queima dos aparelhos eletroeletrônicos e incêndios”, alerta Moreno.

O coordenador de Desenvolvimento de Produtos da IFC/Cobrecom também adverte que a utilização de cabos desbitolados, cuja a fabricação é feita com menos cobre que o exigido pelas normas técnicas, também pode trazer problemas extremamente graves para a instalação elétrica e para a vida das pessoas, como curtos-circuitos e incêndios, além do aumento da conta de energia elétrica e da queima de aparelhos eletroeletrônicos.

Instalações elétricas de baixa tensão

A NBR 5410 (Norma de instalações elétricas de baixa tensão) traz uma série de restrições muito rigorosas em relação ao uso de condutores de alumínio, claramente dando preferência à utilização do cobre como condutor dos fios e cabos elétricos.

“Essa norma técnica proíbe a utilização de cabos com condutores de alumínio em instalações residenciais e análogas (hotéis, motéis, pensões, creches, asilos etc.), além de locais de afluência de público”, revela Moreno.

O profissional também afirma que há exatamente as mesmas restrições na NBR 13570, que trata das instalações elétricas em locais de grande afluência de público, no sentido de proibir o uso de cabos de alumínio em espaços como shopping centers, teatros, cinemas, arenas, aeroportos, hospitais, entre outros.

 “Conforme declarado na própria NBR 5410, o motivo dessas proibições e restrições deve-se ao atual estado da arte da técnica de conexões de condutores de alumínio, que exigem conectores, ferramentas e mão de obra específicas para esse tipo de metal”, explica Moreno.

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