O setor elétrico brasileiro tem se mostrado, de certa forma, deficitário quando analisado o atendimento às necessidades do consumidor. Isso pois, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o brasileiro ficou em média 10,4 horas sem luz em 2023. O órgão é o responsável pela regulação do setor elétrico em todo o Brasil, dessa forma, seus novos atos e procedimentos devem ser cumpridos pelas organizações que a ela se submetem. Assim, o novo Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PROPDI), que entrou em vigor no ano passado, tem como objetivo incentivar o investimento em estratégias de inovação, para que o setor elétrico esteja em conformidade com o que o mercado e os consumidores esperam.
“Em 2023, o Brasil ficou entre as 50 economias mais bem classificadas no Índice Global de Inovação. Apesar disso, sabemos que o país tem um potencial ainda maior para inovação em diversos setores. A revisão do PROPDI, em 2023, visa criar um ambiente oportuno à inovação no setor elétrico e favorecer o desenvolvimento socioeconômico”, diz Bradlei Moretti, CEO da Berkan Consultoria e Auditoria.
As novidades do setor evidenciam como criar um ambiente propício à inovação é uma estratégia fundamental para a modicidade tarifária, assim, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do segmento energético no país.
Um futuro energético mais limpo e sustentável com transformações tecnológicas e uma maior confiabilidade no setor elétrico são as principais necessidades apresentadas pelo segmento. Assim, o incentivo à inovação vem ao encontro dessas demandas, fomentando o desenvolvimento de maneira a atender as necessidades dentro das regulamentações elaboradas pela ANEEL.
Bradlei destaca ainda que a regulamentação pode trazer, de certa maneira, alguns riscos ao segmento. “É preciso estar atento à burocracia excessiva: processos completos podem atrasar o desenvolvimento de novos projetos e aumentar custos. A falta de flexibilidade arrisca dificultar o acompanhamento da rápida evolução tecnológica do mercado, limitando a inovação. E ainda há a questão da avaliação do potencial de impacto dos projetos de PD&I, podendo ser complexo e desafiador”, explica.
Desta forma, o novo PROPDI busca dar um passo além e lançar uma visão mais estratégica para as inovações no setor. Seu objetivo é garantir a continuidade e aplicação das iniciativas, desenvolvendo a maturidade tecnológica, até a geração dos seus benefícios. Um modelo de gestão integrado – Estratégia, Portfólio, Programas e Projetos (E3P) deve ser implementado para alcançar a efetividade dos investimentos em pesquisa e inovação. A nova abordagem deve deslocar o foco nos projetos individualmente para o foco no portfólio estratégico das empresas de energia elétrica.
Nesse sentido, a governança corporativa tem o objetivo de assegurar que os investimentos e os projetos estejam alinhados às regulamentações impostas pela ANEEL. A consultoria em PD&I, nesse cenário, surge como uma ferramenta valiosa para mitigação de riscos e otimização de recursos, garantindo a eficácia dos projetos e a maximização dos resultados.
A proximidade com os desafios dos setores em que está envolvida deu à Berkan expertise para expandir os negócios, inovando em frentes de tecnologia e desenvolvimento de produtos. A companhia já lançou a startup GD3 – Sistema de Gestão de Terceiros, o UnitEasy – Sistema de Gestão de Ativos, está desenvolvendo o AuditMap – Sistema de Gestão de Riscos, Controles e Auditoria Interna, tal como o Smart PD&I – Sistema de Gestão do Programa e Portfólio de Projetos Aneel. “Esses sistemas desempenham um papel crucial na eficiência operacional, permitindo uma gestão mais eficaz dos recursos, além de facilitar o monitoramento e a análise de projetos de PD&I, facilitando na identificação do nível TRL dos projetos, bem como o acompanhamento dos resultados chave (KRs)”, explica Moretti.
Em um cenário de constantes evoluções, a inovação no setor elétrico brasileiro é fundamental para acompanhar as regulações. A busca por práticas mais ágeis, a incorporação de tecnologias emergentes e a atenção às oportunidades apresentadas pelo crescente investimento em inovação são elementos-chave para promover uma governança inovadora e eficiente no setor de energia elétrica.
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