A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) defende a ampliação de políticas públicas pelo próximo Governo Federal para desenvolver a energia solar no Brasil. Segundo a entidade, é preciso contemplar os pequenos sistemas em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Mas também as usinas de grande porte interligadas no sistema nacional. Além do fomento da cadeia produtiva no país e da evolução do mercado de armazenamento energético por baterias.
A entidade tem recomendado a inclusão da fonte fotovoltaica nos programas de governo dos candidatos à Presidência da República. Com isso, tem destacado que é preciso promover a transição energética a partir de tecnologias limpas e renováveis. E, assim, ajudar a cumprir os compromissos internacionais assumidos no combate climática, de redução de emissão de gases do efeito estufa.
Como medida central, a ABSOLAR recomenda portanto a criação de programas nacionais para a energia solar fotovoltaica. O objetivo é sinalizar assim à sociedade brasileira, ao mercado e ao setor que a fonte será parte estratégica da política de desenvolvimento do País. O foco deve ser uma economia de baixo carbono, com medidas para acelerar a diversificar a matriz elétrica. Além de aumentar a segurança energética, aliviando a pressão sobre os recursos hídricos, diminuindo o uso de combustíveis fósseis, mais caros e poluentes, na geração de energia e, assim, ajudando a reduzir a conta de luz dos brasileiros.
A associação também tem atuado junto às demais instituições de governo, como o Ministério de Minas e Energia (MME), propondo medidas de alto impacto e rápida implementação capazes de dinamizar o uso de energia solar fotovoltaica no País.
Para isso, propõe a incorporação pelos candidatos de uma meta de estado de atingir cerca de 5 milhões de telhados solares até o final de 2026. Esse número corresponde a aproximadamente 25 gigawatts (GW) de capacidade instalada da fonte na geração própria de energia solar.
Com este compromisso, o setor pretende contribuir com a atração ao Brasil de R$ 124 bilhões em novos investimentos privados. Isso deve proporcionar a geração de 750 mil de novos empregos qualificados. E uma arrecadação aos cofres públicos da ordem de R$ 37,6 bilhões em tributos.
“Para as usinas solares de grande porte, a proposta é desenvolver medidas de transição energética que alcancem a neutralidade de emissões de carbono até 2050 (net zero). Destaque para maior contratação de empreendimentos sustentáveis com tecnologias mais competitivas, sobretudo a solar. Além de ampliação de investimentos em infraestrutura de transmissão, a fim de evitar gargalos para a conexão, a operação e o escoamento da geração de energia renovável, e promoção de licitações para contratação de energia elétrica, de potência e de reserva de capacidade com ampla participação das fontes renováveis e de sistemas de armazenamento energético”, destacou Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR .
No caso da cadeia produtiva nacional, a proposta da ABSOLAR é criar uma política industrial competitiva e sustentável para o setor solar. Entre os principais pontos esão a isonomia tributária entre os produtos nacionais e importados, via desoneração de insumos produtivos. O objetivo é assim agregar competitividade à fabricação local de equipamentos e componentes, entre outras medidas.
A entidade também propõe a ampliação do acesso ao crédito a toda a cadeia de valor do setor solar. E destaca também o enquadramento legal para o armazenamento de energia, com o intuito de trazer segurança jurídica e regulatória, bem como viabilizar novos investimentos na área.
“O Brasil está cerca de dez anos atrasado em comparação com os países desenvolvidos na área da energia solar fotovoltaica. É, portanto, necessária a estruturação de um programa de governo nacional robusto para o desenvolvimento do setor no País”, comentou Ronaldo Koloszuk. “Atualmente, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 86,2 bilhões em novos investimentos. Foram com isso mais de R$ 22,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. Além da geração de 479,8 mil empregos acumulados desde 2012. Com um total de 16 GW de potência instalada, também evitou a emissão de 23,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade”, acrescentou.
De acordo com o CEO da entidade, Rodrigo Sauaia, o Brasil tem excelente recurso solar. Além de possuir condições privilegiadas para se tornar uma liderança mundial na área. “Com amplo apoio de mais de 90% da população brasileira e despertando o interesse de empreendedores e líderes do poder público, a fonte solar agrega inúmeros benefícios socioeconômicos, estratégicos, ambientais e energéticos ao País”, concluiu Sauaia.