O papel dos agentes públicos e privados na ampliação da presença feminina no setor elétrico foi o principal destaque do Fórum de Mulheres, realizado em Brasília, em paralelo ao XXVII SNPTEE – Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica.
Cerca de 500 pessoas participaram do encontro para discutir temáticas específicas relacionadas às mulheres no setor. João Carlos de Oliveira Mello, diretor-presidente do CIGRE-Brasil, recepcionou os participantes e destacou a importância dos jovens e das mulheres na transição energética do país.
A coordenadora do Comitê de Mulheres do CIGRE-Brasil, Carla Damasceno, abordou a necessidade de uma mudança cultural para estimular a participação feminina em áreas predominantemente masculinas, mas fundamentais para o setor de energia elétrica, como as engenharias.
“Na transição para um futuro sustentável, os talentos femininos importam. As mudanças são difíceis, mas o CIGRE pode ajudar com sua missão de compartilhamento técnico. É importante reconhecer as diferenças e dessa forma proporcionar oportunidades iguais, sem preconceitos”, afirmou. Lideranças femininas apresentaram o cenário de desafios e os caminhos para a promoção da equidade de gênero, apontando sugestões para melhorias, assim como políticas públicas de formação técnica para as mulheres, além de programas nas empresas para captação e qualificação de talentos femininos.
Participaram do debate do Fórum de Mulheres Márcia Figueiredo, gestora de Diversidade e Inclusão do Ministério de Minas e Energia (MME), Fernanda Dantas Argolo, assessora da Diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Lilian Queiroz, diretora de Gestão de Ativos da Eletrobras, Michele Silveira, superintendente de Comunicação da Eletrobras Eletronorte, Gabriela Desire, diretora-executiva de Operações da ISA CTEEP, Simone Dias, gestora de Pesquisa e Desenvolvimen to do Prysmian Group, Leila Guimarães, gerente de Comunicação e Marketing da Memória da Eletricidade, além de Solange David, presidente do Women in Energy do CIGRE Internacional, e de Joyce Meireles, coordenadora do Next Generation Network – NGN do CIGRE-Brasil.
Uma sondagem realizada pelo Comitê reconheceu que a ausência de mulheres no setor eletroenergético é uma realidade nas empresas brasileiras. Resultados parciais evidenciam que elas respondem por pouco mais de 20% das posições no mercado de trabalho. A participação delas em eventos técnicos, como o SNPTEE, vem crescendo, mas ainda é minoritária. Michele Silveira, que integra a Comissão Organizadora do evento, destacou a importância do olhar institucional para garantir a paridade de gêneros. “O compromisso com a equidade começa com um plano de metas e objetivos claros, pois assim há um maior comprometimento”. Ela também ressaltou que os jovens são fundamentais para o processo de inclusão feminina e renovação do setor.