A aprovação nesta semana pela Câmara dos Deputados da adesão do Brasil à Aliança Solar Internacional – ASI (International Solar Alliance – ISA, em inglês), coalisão intergovernamental que reúne as nações com os melhores recursos solares do planeta, é uma medida estratégica para ampliar assim o protagonismo brasileiro no uso e desenvolvimento da tecnologia de fonte solar fotovoltaica no cenário mundial.
O setor espera que a tramitação no Senado ocorra de forma célere. Para dessa forma incluir o País de forma mais direta no debate para o desenvolvimento da fonte solar no mundo.
Para o CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) , Rodrigo Sauaia, a adesão brasileira à ASI abrirá as portas para que o País se beneficie de programas e ações multilaterais nas áreas de financiamento, programas de incentivo, políticas públicas, regulação, modelos de negócio, tecnologia e pesquisa e desenvolvimento, assim como diversas outras áreas.
“O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta, mas está atrasado frente aos demais países no uso da energia solar fotovoltaica. Fechamos 2021 na 14ª posição no ranking mundial da energia solar, muito aquém do nosso potencial imenso. Nas outras fontes renováveis, o Brasil é liderança mundial: estamos em 2º lugar na fonte hídrica, 2º lugar na biomassa e 8º lugar na eólica. Precisamos recuperar o tempo perdido. Nossa participação plena na ASI contribuirá para que possamos incorporar as melhores práticas internacionais. Além de acelerar o desenvolvimento da fonte solar fotovoltaica em nosso País e nos posicionarmos como um ator relevante neste setor. Cada vez mais estratégico no cenário mundial”, ressalta Sauaia.
Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, a energia solar tem papel essencial na transição para um futuro com baixas emissões de carbono e na promoção de segurança energética no mundo.
“A fonte solar já é a mais competitiva do País. Mas o Brasil ainda está dez anos atrasado frente aos demais países desenvolvidos no uso da tecnologia solar fotovoltaica”, diz Koloszuk.
A ASI foi lançada durante a Conferência do Clima em Paris (COP 21), em 2015, e posteriormente formalizada em Nova Delhi, Índia, em 15 de novembro de 2016, com os objetivos de: (i) reduzir o custo da energia solar; (ii) mobilizar mais de US$ 1 trilhão em investimentos para a implementação maciça de energia solar até 2030; e (iii) preparar o caminho para novas tecnologias usando o Sol como recurso primário.
O pedido de entrada do Brasil na ASI foi encaminhado na época pela presidência da República ao Congresso Nacional em regime de prioridade. A matéria já passou portanto pelas comissões da Câmara dos Deputados e, com a aprovação nesta semana pelo plenário, a medida segue agora para tramitação no Senado Federal. A adesão do Brasil à ASI não implicará em custos ou em aportes de recursos por parte do governo brasileiro.