O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 29 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica. O resultado é a soma da produção das grandes usinas e dos sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O número equivalente a 13,1 % da matriz elétrica do País. O dado é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
De acordo com a entidade, desde 2012 a fonte solar já trouxe ao Brasil cerca de R$ 143,9 bilhões em novos investimentos. Como resultado, foram mais de R$ 42,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. E mais de 870 mil empregos acumulados. Com isso, também evitou-se assim a emissão de 36,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, a fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País. Ele destaca a oportunidade de uso da tecnologia na habitação de interesse social, como casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, bem como em escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas, museus, parques etc.
“O crescimento da fonte solar fortalece a sustentabilidade e pode portanto acelerar anda mais a atração de investimentos, a geração de empregos e renda, a diversificação da matriz elétrica e a liderança internacional do Brasil”, comenta Sauaia.
Desde julho do ano passado, a fonte solar tem crescido, em média, 1 GW por mês (julho: 16,4 GW, agosto: 17,5 GW, setembro: 18,6 GW, outubro: 21,1 GW, novembro: 22 GW, dezembro: 23 GW, janeiro: 24 GW, fevereiro: 25 GW, março: 27 GW, abril: 28 GW e agora em maio: 29 gigawatts (GW).
No segmento de geração distribuída de energia, são 20,5 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale a cerca de R$ 101,7 bilhões em investimentos, R$ 30,2 bilhões em arrecadação e mais de 615 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 98,8% de todas as conexões de geração distribuída no País, liderando assim com folga o segmento.
O Brasil possui cerca de 8,5 GW de potência instalada em usinas solares de grande porte. Desde 2012, elas já trouxeram ao País cerca de R$ 42,2 bilhões em novos investimentos e mais de 255 mil empregos acumulados, além de proporcionarem uma arrecadação aos cofres públicos que supera R$ 12,6 bilhões.
Na visão de Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, o crescimento acelerado da energia solar é tendência mundial. “O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta. Isso abre portanto uma enorme possibilidade para a produção do hidrogênio verde (H2V) mais barato do mundo. E o desenvolvimento de novas tecnologias sinérgicas, como o armazenamento de energia e os veículos elétricos”, diz.
“Segundo estudo da consultoria Mckinsey, o Brasil poderá ter uma nova matriz elétrica inteira até 2040 destinada à produção do H2V. Para tanto, o País deverá receber assim cerca de US$ 200 bilhões em investimentos no período, como geração de eletricidade, linhas de transmissão, unidades fabris do combustível e estruturas associadas, incluindo terminais portuários, dutos, armazenagem”, acrescenta Koloszuk.