A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) defende a conclusão da adesão do Brasil à Aliança Solar Internacional – ASI (International Solar Alliance – ISA, em inglês), coalisão intergovernamental que reúne as nações com os melhores recursos solares do planeta. A medida seria estratégica para ampliar o protagonismo brasileiro no uso e desenvolvimento da tecnologia solar fotovoltaica no cenário mundial.
Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, a adesão brasileira à Aliança Solar Internacional abrirá as portas para que o País se beneficie de programas e ações multilaterais nas áreas de financiamento, programas de incentivo, políticas públicas, regulação, modelos de negócio, tecnologia e pesquisa e desenvolvimento, entre outras.
“O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta, mas está atrasado frente aos demais países no uso da energia solar fotovoltaica. Fechamos 2019 na 16ª posição no ranking mundial da energia solar, muito aquém do nosso potencial imenso. Nas outras fontes renováveis, o Brasil é liderança mundial: estamos em 2º lugar na fonte hídrica, 2º lugar na biomassa e 8º lugar na eólica”, afirma Sauaia.
“Precisamos recuperar o tempo perdido e nossa participação plena na Aliança Solar Internacional contribuirá para que possamos incorporar as melhores práticas internacionais, acelerar o desenvolvimento da fonte solar fotovoltaica em nosso País e nos posicionarmos como um ator relevante neste setor, cada vez mais estratégico no cenário mundial”, ressalta o presidente executivo da Absolar.
Visão equivalente foi compartilhada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em mensagem gravada para a terceira assembleia geral da ASI, na semana passada. Segundo ele, a energia solar tem papel essencial na transição para um futuro com baixas emissões de carbono e na promoção de segurança energética no mundo. “A geração solar está rapidamente se consolidando como uma fonte segura e acessível no Brasil”, afirmou.
A ASI foi lançada durante a Conferência do Clima em Paris (COP 21), em 2015, e posteriormente formalizada em Nova Delhi, na Índia, em 15 de novembro de 2016, com os objetivos de: (i) reduzir o custo da energia solar; (ii) mobilizar mais de US$1 trilhão em investimentos para a implementação maciça de energia solar até 2030; e (iii) preparar o caminho para novas tecnologias usando o Sol como recurso primário.
O pedido de entrada do Brasil na ASI já foi encaminhado pela presidência da República ao Congresso Nacional, em regime de prioridade, e aguarda a apreciação pelo Plenário do Legislativo Federal. O comunicado da Presidência esclarece que a adesão do Brasil à ASI não implicará em custos ou em aportes de recursos por parte do governo brasileiro.