A energia solar funciona no inverno

A energia solar funciona no inverno?

A energia solar tem se popularizado nos últimos anos, tendo registrado um recorde de expansão em 2023, o que a consolidou como a fonte que mais cresce no Brasil, assim como ocorre no mundo. Mesmo assim, ainda há muitas dúvidas que pairam sobre ela, de como ela funciona. Uma delas é quanto à eficiência dos sistemas solares durante o inverno, algo que pode incomodar quem está pensando em investir na geração própria de energia, mas mora em alguma região brasileira onde o frio é rigoroso em certas épocas do ano.

Segundo o engenheiro eletricista Douglas Gorniack, da Solar Vale Energia, que pertence ao Grupo SV de Santa Catarina, para entender a eficiência da energia solar nos dias frios, é preciso compreender como a geração funciona. No caso da energia solar fotovoltaica, que é a utilizada para o abastecimento elétrico nas residências, empresas e empreendimentos rurais, a produção ocorre através da captação da luz solar pelos módulos fotovoltaicos.

“Os raios solares independem se está frio ou está quente, portanto, a temperatura ambiente não tem grande influência na geração de eletricidade, exceto em temperaturas extremas. O que pode afetar a produção é a menor incidência desses raios e o encurtamento dos dias, típicos do inverno, principalmente próximo ao solstício. No entanto, a redução de produção neste período pode ser prevista de forma antecipada durante a etapa de projeto e o gerador solar dimensionado, para atender a carga do consumidor em todas as épocas do ano”, explica engenheiro e especialista no assunto.

Ainda de acordo com Gorniack, assim como outros equipamentos eletrônicos, o sistema de geração de energia solar funciona melhor no frio. “Temperaturas muito altas podem afetar a capacidade de conversão de luz em eletricidade, aumentando as perdas elétricas nos componentes do sistema. Por isso, dias mais frescos podem, na verdade, favorecer a produção de energia”, comenta.

Dados coletados pela empresa em seus projetos já em funcionamento mostram que a produção de energia pode cair apenas 40% nos dias mais frios, quando comparado com a média prevista para o ano. E quando isso ocorre, o fator motivador são as nuvens que deixam o dia nublado e impedem a passagem dos raios solares. Em contrapartida, há dias de frio em que o céu está bastante limpo e os raios de sol chegam com maior intensidade à Terra, tornando a produção de energia mais eficiente.

E quanto ao acúmulo de gelo nos painéis solares?

Embora a neve não seja comum no Brasil, ela pode ocorrer em algumas cidades das regiões serranas do Sul. A geada, por outro lado, é mais frequente. No entanto, o engenheiro eletricista garante que isso não é um problema. “Projetamos as placas solares com uma camada antiaderente e uma angulação que impede o acúmulo de gelo, evitando o bloqueio da luz solar”, explica.

E nos dias com menor incidência de raios solares, os créditos energéticos também podem ajudar a suprir a demanda. Esses créditos são gerados junto à concessionária responsável pela distribuição de energia e têm validade de cinco anos, o que significa que a energia excedente gerada no verão pode ser utilizada no inverno para compensar o consumo, por exemplo.

Com a chegada do frio, o consumo de energia tende a aumentar devido ao uso de aquecedores, banhos mais quentes e o uso do ar-condicionado para esquentar o ambiente. “A energia solar continua sendo uma aliada essencial nos dias frios, ajudando a reduzir os gastos na conta de luz. Seja no frio ou no calor, a geração própria de energia se mostra cada vez mais vantajosa para o bolso dos usuários,” conclui Gorniack.

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