O Nordeste está exportando cerca de 5.000MW de energia elétrica para as regiões Sul/Sudeste, através do Sistema Interligado Nacional (SIN). Cerca de 40% desse total são produzidos pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) por meio das usinas hidrelétricas; principalmente aquelas instaladas na Bacia Hidrográfica do São Francisco, o que justifica a maior vazão a partir do Reservatório de Sobradinho (BA); e dos parques eólicos instalados na Região.
O diretor de Operação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, explicou que outros 40% do total exportado estão sendo produzidos pelos parques eólicos instalados no Nordeste e que os 20% restantes correspondem à geração das usinas térmicas, solares e outras hidrelétricas.
O consumo médio do Nordeste é de 11.500 Megawatts médios (MWmed) e a demanda do SIN é de 65.000 MWmed. Segundo João Henrique, o Nordeste, historicamente, é uma região importadora de energia elétrica, mas isso vem mudando, principalmente nos últimos quatro anos, com a forte expansão da geração eólica, associada ao aumento das interligações da Transmissão entre as regiões.
“O Nordeste passou a ser exportador de energia, em especial a partir do segundo semestre de cada ano, período de melhor desempenho da geração eólica no Nordeste”, destacou. Este ano, devido à recuperação do volume útil armazenado no Reservatório de Sobradinho, que alcançou o patamar de 94% após sete anos de crise hídrica, a geração das usinas do São Francisco operadas pela Chesf tem contribuído significativamente com essa exportação de energia”, disse o diretor de Operações.
O diretor acrescentou que a bacia Hidrográfica do São Francisco está no período chuvoso. “Sobradinho está com cerca de 60% de sua capacidade de armazenamento de água e há previsão de chuvas a partir deste mês e até abril do ano que vem”, ressaltou.
Ele acrescentou que nas regiões Sul e Sudeste, o armazenamento de água está em torno de 20%, o que faz com o que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determine a otimização dos recursos hídricos. “Quando estávamos com escassez hídrica, tivemos esse apoio, essa importação de energia”, lembrou.
João Henrique afirmou que a atual vazão de 2.900 metros cúbicos por segundo (m³/s) é considerada normal para o Rio São Francisco, mesmo tendo sido a maior praticada nos últimos sete anos. “Nós enfrentamos uma crise hídrica que agora chegou ao fim. Estamos com Sobradinho normalizado e muitos ribeirinhos comemoram a situação do rio agora, mais cheio”, finalizou.