O mercado de certificação de sustentabilidade na construção civil tem crescido nos últimos anos. E há diversos motivos associados para que isso aconteça. Um dos principais é o aumento gradual da consciência coletiva sobre a urgência da preservação do meio ambiente e de recursos naturais.
Além de investir em desenvolvimento sustentável, é necessário prezar por aspectos sociais e econômicos. Isso afeta as empresas que buscam se desenvolver nessa vertente. Mas também o consumidor, que tem adotado hábitos mais responsáveis e conscientes.
Por conta desse crescimento do nível de exigência dos consumidores, as instituições de financiamento estão se tornando assim mais exigentes também. E os empreendedores estão investindo na sustentabilidade de suas atividades.
Por outro lado, os governos passam a incentivar e a oferecer benefícios aos empreendimentos que consigam comprovar a sustentabilidade. Descontos de IPTU e/ou outorga onerosa são alguns exemplos. E até mesmo, em algumas situações, as exigências são obrigação. Como é o caso da compulsoriedade de etiquetagem de eficiência energética de edifícios públicos federais, vigente desde 2014.
Nesse cenário, a certificação de edifícios é essencial, já que contribui para a diferenciação entre as construções e fornecedores no mercado, pois, apenas a “olho nu”, ou ainda, somente pelo fato de se olhar para um edifício, é impossível dizer se ele é mais ou menos sustentável do que outro. Assim sendo, é necessário avaliar muitos aspectos relacionados a projeto, obra e produto.
A Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), uma certificação de âmbito internacional, por exemplo, voltada para construções sustentáveis, é concebida e concedida pela organização não governamental United States Green Building Council (USGBC), porém as certificações brasileiras têm sido cada vez mais valorizadas e ganhado procura e investimentos expressivos.
O arquiteto e urbanista, também gestor técnico adjunto do PBE Edifica da Fundação Vanzolini, Gabriel Bonansea de Alencar Novaes, conta que o Brasil possui um mercado de construção civil bastante completo, com uma vasta experiência e grande tradição construtiva.
“É um mercado grande e pujante, com muita experiência e conhecimento para fornecer ao próprio País e ao mundo. Temos notáveis empresas no segmento. Excelentes laboratórios com desenvolvimento nas áreas de sustentabilidade e eficiência energética na construção em grandes universidades brasileiras, tendo assim um amplo histórico de vanguarda em vários aspectos da construção”, declara o arquiteto e urbanista, Gabriel Bonansea de Alencar Novaes.
Segundo ele, um ponto importante a ser destacado é o fato de o Brasil ser tipicamente tropical, com clima e tradições construtivas diferentes dos de países norte-americanos e europeus, onde a maior parte das certificações foi desenvolvida, demandando dessa forma aspectos específicos de avaliação e análise e indicadores de desempenho das edificações.
“Ainda somos um país imenso e complexo. Temos muitas regionalidades que diferem entre si em clima, legislação local, disponibilidades e aspectos de materiais e produtos construtivos, exigências do mercado imobiliário etc., e com isso é preciso haver também diferenças nas estratégias arquitetônicas e de desempenho a serem adotadas, pois, naturalmente, uma determinada estratégia bioclimática pode ser eficiente para uma região, mas não para outra”, explica o especialista.
As certificações brasileiras têm um grande trunfo, pois elas enxergam com maestria as regionalidades e a liberdade de definição de estratégicas bem adaptadas a cada local a serem definidas pelo empreendedor.
“Vemos que a criação e a adaptação das certificações ao cenário brasileiro traz muitos benefícios ao considerar os vários aspectos que regem o mercado da construção no nosso país: climáticos locais, tradições construtivas locais, normas térmicas brasileiras, regulamentos e legislações nacionais, programas ambientais e de construção existentes no Brasil, como por exemplo, o Procel e o PBE Edifica, materiais e sistemas construtivos tipicamente utilizados e disponíveis no País, programas de etiquetagem de equipamentos e produtos, entre várias outras questões”, enfatiza.
As certificações em âmbito nacional trazem em seus manuais e regulamentos técnicos dados e índices comprobatórios de cunho científico e análises que compreendem método prescritivo e de simulação das edificações, como cálculos da envoltória do edifício, iluminação e condicionamento de ar.
“As certificações nacionais são fundamentais para empresas que querem melhorar seus processos. Principalmente, em projeto eficiente e ganhar destaque em cenário nacional e internacional”, destaca Aurea Vendramin, PhD em Eficiência Energética e Energia Renovável, além de arquiteta, urbanista, engenheira civil e curadora da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside).
A certificação assegura a qualidade de um serviço ou produto por meio de uma terceira parte, ou seja, por uma instituição capaz, isenta e independente. Isso garante portanto ao consumidor o direito de saber o que está adquirindo. “Dessa forma, no momento em que o consumidor tem acesso à informação da qualidade de um produto, ele passa a ter a opção de escolha. E o mercado disputa justamente esta escolha do consumidor. Então, se pensarmos em termos da etiqueta de eficiência energética, ao ter acesso ao consumo de energia de determinado produto, o consumidor pode fazer sua escolha consciente”, declara Antonio César Silveira Baptista da Silva, arquiteto, mestre e doutor em Engenharia e professor titular da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Ao optar pelo bem que lhe oferece menor consumo e vantagem econômica ao longo do tempo, o consumidor cria no mercado uma concorrência saudável por maior eficiência energética e sustentabilidade. “Se pensarmos, então, na eficiência energética das edificações, a concorrência e a necessária adequação às regulamentações de eficiência energética movimentarão toda a indústria da construção civil. E este avanço não se restringirá a produtos e componentes melhores, nem a profissionais mais bem capacitados. Ela avançará sobre técnicas construtivas mais sustentáveis, que reduzam o desperdício e possibilitem construções melhores e competitivas financeiramente”, justifica Antonio César Silveira Baptista da Silva.
Os benefícios da certificação nacional podem variar conforme a estratégica ambiental adotada e as medidas implementadas em cada empreendimento. Contudo, em linhas gerais, podem ser destacadas da seguinte forma:
Certificações nacionais em alta
Conforme descrito anteriormente, as certificações trazem critérios associados à eficiência energética, economias de água, energia e recursos, gestão de resíduos de obra e de operação, facilitação da manutenção e da conservação da edificação, melhoria da relação do edifício com o entorno e redução de seus impactos, melhoria das condições de higiene, salubridade e conforto dos usuários, entre outros que visam a eficiência energética e a sustentabilidade.
O Brasil desenvolveu certificações importantes. Elas norteiam os parâmetros de construção e desempenho, levando em conta os aspectos regionais de cada empreendimento. Uma delas é o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações (PBE Edifica) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), em parceria com a Eletrobras Procel. Ele ganhou notoriedade e se fincou como o programa oficial nacional para a etiquetagem de eficiência energética de edificações.
O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) promove o uso racional da energia em edificações desde sua fundação.
Com a criação do Procel Edifica, as ações foram assim ampliadas e organizadas com o objetivo de incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) em edificações. Isso reduziu os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente.
O consumo de energia elétrica em edificações corresponde a cerca de 45% do consumo faturado no País. Estima-se um potencial de redução desse consumo em 50% para novas edificações. E de 30% para aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética e sustentabilidade.
“Para obter o Selo Procel Edifica, recomenda-se que a edificação seja concebida de forma eficiente desde a etapa de projeto. Assim, é possível atingir melhores resultados com menores investimentos. Podendo chegar a 50% de economia em energia, água, gás. Bom para o empreendedor, bom para o usuário final e muito melhor ao Planeta”, frisa Aurea Vendramin.
Edificações comerciais, de serviços e públicas e residenciais podem obter as etiquetas . No caso das residenciais, pode ainda ser de três tipos: unidades habitacionais autônomas (casas ou apartamentos), multifamiliares e áreas de uso comum.
A avaliação em edifícios comerciais, de serviços e públicos acontece em três sistemas: envoltória, iluminação e condicionamento de ar. Já em unidades habitacionais, são analisados a envoltória e o sistema de aquecimento de água.
Os Selos são emitidos pela Eletrobras, após a avaliação realizada por um Organismo de Inspeção Acreditado (OIA) pelo Inmetro, com escopo de Eficiência Energética em Edificações (OIA-EEE).
Aurea conta que, atualmente, o País já possui mais de 4.700 etiquetas emitidas pelo PBE Edifica. São edifícios comerciais, residenciais, universidades, entre outros. E que nos últimos anos tem havido um aumento de procura considerável por certificações nacionais de edifícios. “Muita certificação. O cliente espera morar em um local eficiente e que tenha custos menores de energia e água. E com o Selo Procel Edifica, ele sabe que terá esse benefício”, salienta a arquiteta.
Ou seja, de empreendimentos em construção (incluindo edifícios, bairros e loteamentos, infraestruturas, projetos de interiores etc.) e de empreendimentos em operação (edifícios em operação, condomínios etc.). Trata-se, portanto, de uma certificação da construção ou da operação com sustentabilidade de um empreendimento.
A certificação AQUA-HQE se divide, primeiramente, em dois grandes eixos de trabalho: a implementação e a manutenção de um Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e a implementação de soluções para a Qualidade Ambiental do Empreendimento (QAE).
“Baseado nas normas ISO 9001 e ISO 14001, o SGE é a espinha dorsal da certificação. É por meio deste sistema de gestão que o empreendedor determina os seus objetivos de qualidade ambiental. E também faz o planejamento, a execução e o controle da implementação das medidas que permitem alcançar esses objetivos. Já a QAE é o conjunto de objetivos e diretrizes de projeto, obra e operação efetivamente implementados e mantidos no projeto ou plano de operação do empreendimento”, explica Gabriel Bonansea de Alencar Novaes, da Fundação Vanzolini.
A certificação HQE teve origem na França, no início dos anos 2000, a partir de organismos governamentais privados do país (CSTB, Qualitel, Certivé e Cerqual). O objetivo foi aumentar a qualidade dos processos e produtos construtivos do mercado imobiliário francês, incluindo os edifícios habitacionais.
A experiência brasileira alimentou o próprio processo de revisão da certificação HQE, sendo que, com base nas experiências nacionais, foram compostos os referenciais técnicos internacionais de certificação HQE, aplicáveis ao mundo inteiro, considerando as especificidades locais de clima, normas, regulamentações, tradições, etc. “O próprio AQUA-HQE utiliza o PBE Edifica como base para vários de seus critérios ligados à eficiência energética e sustentabilidade das edificações”, comenta Gabriel Novaes.
Hoje, os referenciais técnicos da AQUA-HQE possuem o alinhamento completo com os referenciais técnicos da certificação HQE Internacional. Sempre levando em consideração todos os aspectos regionais e nacionais da certificação. Sendo assim, os empreendimentos recebem um certificado AQUA de valor nacional e um certificado HQE internacional.
De acordo com dados coletados em agosto de 2021, há 719 edifícios certificados ou em processo de certificação AQUA-HQE no Brasil. São 432 residenciais e 231 não residenciais em construção, e 56 não residenciais em operação.
Além destes, há 9 empreendimentos de planejamento urbano, 1 loteamento em operação, 1 infraestrutura portuária, 1 projeto de interiores e 6 Empreendedores AQUA, certificados ou em processo de certificação AQUA-HQE no País.
Esses empreendimentos certificados ou em processo de certificação AQUA-HQE no Brasil somam mais de 14,4 milhões de m² e mais de 33,6 mil unidades habitacionais.
Dentre os processos, nota-se que a Certificação AQUA-HQE já atingiu todas as regiões do Brasil, em 17 unidades federativas, sendo: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.
Cases de sucesso
O Brasil já possui diversos empreendimentos sustentáveis. Vale destacar o case do Anexo FAUrb, desenvolvido por alunos e professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da OFPel, em 2010, e que foi selecionado pelo Procel no Edital NZEB Brasil.
O objetivo foi promover a eficiência energética. E, para alcançá-la e obtê-la em uso, movimentou-se outras áreas, como Automação e Inteligência Artificial.
“Em 2010, quando eu ocupava o cargo de diretor da Faculdade, necessitávamos abrigar o Laboratório de Inspeção de Eficiência Energética em Edificações (LINSE), que estávamos criando com apoio da Eletrobras para ser um Organismo Acreditado para emitir a etiqueta PBE Edifica e outras salas de aula. Formou-se então uma equipe multidisciplinar e a área de eficiência energética ficou com a equipe do Laboratório de Conforto e Eficiência Energética (LABCEE), sob minha coordenação. E assim surgiu o Anexo FAUrb”, relembra Antonio César Silveira Baptista da Silva.
O prédio projetado era composto por três pavimentos e uma área total de cerca de 600m². Em 2012, recebeu a Etiqueta Geral Nível A, obtendo nível A também na avaliação da envoltória, iluminação e ar-condicionado. Este projeto foi um dos sete do país a receber o Selo Procel para edificações, em 2014. Entretanto, não foram conseguidos recursos para construí-lo.
Antonio César da Silva conta que quando surgiu o Edital NZEB Brasil, viu-se uma oportunidade. “Recuperamos o projeto e testamos, por simulação computacional, se havia potencial de ser Near Zero Energy Buildings (NZEB), já que a área de geração na cobertura não era muito grande. Como o projeto já era muito eficiente, não foi difícil atender à demanda de energia com geração fotovoltaica na cobertura, mesmo tendo três pavimentos. Na verdade, os resultados obtidos demonstram que o Anexo FAUrb deverá gerar mais energia do que consome. O que gera portanto um balanço positivo de energia”, revela.
O projeto desde o princípio se baseou em arquitetura bioclimática. Ele utilizou estratégias adequadas ao clima da região, muito quente no verão e muito frio no inverno. Para um clima como o brasileiro, nada é mais relevante do que a orientação solar das superfícies da edificação. Buscou-se a orientação norte, que tem pouca incidência de radiação no verão e muita durante o inverno, justamente quando é necessário.
As aberturas, em faces opostas, permitem a ventilação cruzada, enquanto dispositivos de sombreamento horizontais bloqueiam o sol de verão e permitem o ingresso do sol de inverno. Isolamentos na cobertura, paredes e vidros duplos complementam o desempenho associado à massa térmica interna.
“Na verdade, é muito simples. Sombrear e ventilar no verão e, no inverno, capturar a radiação solar e armazenar no interior da edificação. Parece complicado adequar estratégias opostas de verão e inverno, mas a orientação norte, naturalmente, nos faculta isso. Daí a qualidade do projeto, definindo dessa forma o desempenho térmico e energético do edifício”, observa o arquiteto e professor titular da UFPel.
Mas, além do clima, há outro fator extremamente importante no desempenho do edifício: o usuário. A avaliação do desempenho e do consumo do edifício é realizada por simulação computacional. Usa-se como referência então um usuário ideal, que opta pela ventilação natural antes de ligar o ar-condicionado, e outro fictício, que escolhe iluminação natural antes de acender as luzes. É neste contexto portanto que entram a automação predial e a inteligência artificial: reduzir a interferência, por vezes, negativa, do usuário no desempenho do edifício.
Assim sendo, a automação é uma importante aliada da eficiência energética do edifício em uso. Mas não deve ser entendida pelos profissionais da construção civil como uma forma de “mascarar” maus projetos e torná-los eficientes.
“A automação predial age portanto naquele fator que falamos há pouco e que está além do projeto: o usuário. Não é o edifício que consome energia, mas as pessoas. E, nesse aspecto, a automação pode ser considerada então uma estratégia de eficiência energética. Esse foi nosso caso”, avalia Antonio César da Silva.
O projeto arquitetônico adequado ao clima definiu o potencial desempenho do edifício, mas que, para garantir o mesmo desempenho em uso real, seria necessário o usuário ideal, o que é utópico, principalmente em prédios públicos.
Em uma dissertação de mestrado, demonstrou-se, por simulação de um prédio real da UFPel, que usuários comprometidos com a eficiência energética reduzem em cerca de 30% o consumo de energia em relação a usuários descomprometidos. Já a automação reduz ainda mais, chegando a quase 40%.
No Anexo FAUrb, a automação insere-se como perspectiva de se obter, em uso, a eficiência avaliada por simulação. “Desde 2008, estamos trabalhando com automação e inteligência artificial. Esse projeto será um enorme estudo de campo desta área do conhecimento e seus desdobramentos não só na eficiência energética e na sustentabilidade, mas também na percepção e nas formas de interação com os usuários”, ressalta o especialista.
A inteligência artificial que gerencia a automação estará em constante aprimoramento. Novas funções deverão portanto ser incluídas com o tempo. “Em outro projeto, estamos desenvolvendo alguns sensores que também serão instalados junto aos que serão adquiridos. Também temos a pretensão de dar os primeiros passos em direção às tecnologias de smart campus. O que deverá conduzir assim a outros produtos e sistemas em nossa instituição”, informa Antonio César da Silva.
O projeto do Anexo FAUrb (NZEB UFPEL) é um exemplo de que é possível conceber edificações eficientes financeiramente viáveis. Silva salienta ainda que o projeto foi desenvolvido por alunos e professores, sem grandes dificuldades ou investimentos, e alcançou uma eficiência que lhe concedeu o Selo Procel em 2014. “Com algum investimento em geração fotovoltaica, esse prédio de três pavimentos conseguiu não só ser NZEB, mas produzir mais energia do que sua demanda, abatendo custos de outros prédios da Universidade. E isso no clima mais desafiador do País, em função da sazonalidade extrema”, aponta.
Para o especialista, o Brasil tem um enorme potencial para alcançar excelente eficiência energética nas edificações, principalmente, se os projetos forem adequados ao clima e as legislações exigirem a qualidade que o consumidor merece. “Dá para fazer mais e melhor, sem custos acentuados”.
No momento, estão sendo acertados os detalhes do Termo de Cooperação Técnica com a Eletrobras e assim que ele for assinado, haverá um prazo de 24 meses para a conclusão da obra. Ao final, o empreendimento deverá receber a etiqueta de edifício construído, que é definitiva, e talvez, o Selo Procel novamente.
Após a obra, durante dois anos, o Anexo FAUrb estará aberto à visitação pública e seus dados de consumo estarão disponíveis.
Outro case de destaque é o retrofit feito no edifício Novo Mundo, no Castelo, centro do Rio de Janeiro. Trata-se de um prédio histórico, com fachadas tombadas. Ele recebeu, em 2020, a certificação LEED Core and Shell, nível Platinum, concedido pelo Green Building Council Brasil (GBC).
O prédio, construído em 1937 e tombado por sua arquitetura histórica, passou por um completo processo de retrofit. Rosana Correa, arquiteta e urbanista, sócia e co-fundadora da Casa do Futuro e da EnGuia conta que o que lhes permitiu alcançar tais resultados foi a aplicação de metodologia integrada, que aumenta a interação e colaboração entre equipes de projeto. “O ponto interessante é que o público em geral acredita que não é possível certificar retrofits desse tipo ou ainda que o nível de dificuldade é enorme”, comenta.
Dentre os diferenciais dessa obra estão os cuidados com fachadas tombadas e limitações de um prédio existente e histórico, em que foram utilizadas rodas entálpicas, que realizam a troca de energia térmica entre o ar interno e externo, gerando bons ganhos, além de vidro que tivesse a performance energética desejada, enquanto atendia às exigências estéticas e de sustentabilidade.
O Novo Mundo está entre 5% dos empreendimentos certificados. Possui 16 andares e 12 mil m² de área construída. São três lojas, duas sobrelojas e dois escritórios por andar, sendo o último um pavimento duplex, configuração definida após o retrofit, com vistas para a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar.
Para conhecer mais cases de sucesso espalhados pelo Brasil, acesse: www.casadofuturo.com/category/portfolio/
IMPORTANTE:
A discussão da temática “Certificação nacional de edifícios” será um dos panos de fundo do XVII Congresso Habitar. A segunda fase do Projeto Prédio Eficiente será lançada, entre os dias 1 e 3 de setembro de 2021, por meio de transmissão on-line.
Como tema principal, o evento abordará a integração das novas tecnologias. Palestrantes de alto nível discutirão assuntos relevantes e atuais. Entre eles “Sustentabilidade e Eficiência nas Edificações”, “Projetos Inovadores” e “Monitoramento e Controle na Nuvem”.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas clicando-se aqui. Aproveite e conheça também o novo portal do Projeto Prédio Eficiente: www.predioeficiente.com.br.