Muito vem se falando de ESG, práticas sustentáveis e formas de minimizar o impacto que empresas causam à sociedade e à natureza. Mas, nem sempre essas práticas parecem estar adaptadas às pequenas e médias empresas (PMEs).
Pensando nisso, a ONU lançou em 2020 um documento em que lista 17 metas para que pequenos e médios negócios também possam fazer parte do pacto global Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e, desta maneira, aplicar o conceito do ESG (Environmental, Social and Governance), que ultimamente passou a fazer parte do dia a dia de grandes marcas.
Muitos são os pontos trazidos pelo relatório, entre eles a garantia de acesso à energia renovável, sustentável e a preço acessível. Com a crise energética, este, inclusive, passou a ser ponto crucial nas discussões sobre o uso de recursos naturais. É assim então que entra a Geração Distribuída como alternativa para PMEs apostarem no serviço.
A GD, como é conhecida popularmente, é uma modalidade autorizada pela Aneel desde 2012. Teve seu marco regulatório sancionado através da Lei 14.300, aprovada em janeiro de 2022. Ela regula o mercado de micro e minigeração de energia. Na prática, são oferecidas modalidades sustentáveis de captação e geração de energia, realizadas através de fontes renováveis como a solar, a eólica, de biomassa, hidrelétricas, entre outras.
“A geração de energia tem impacto direto no meio ambiente. Ao possibilitar que PMEs possam optar pelo uso de uma energia verde, gerada através de pequenas usinas hídricas ou eólicas, por exemplo, contribui-se para que exista uma mudança de cultura organizacional, mais preocupada com práticas sustentáveis”, explica Miguel Segundo, diretor técnico da Gedisa. A empresa faz parte do Grupo Ergon e opera no Sul do país oferecendo a gestão da GD.
Na prática, a empresa que optar por essa modalidade não só consegue se adequar a uma política sustentável, como também obtém desconto na fatura da luz, por meio da compensação de créditos sem precisar de investimento nenhum. “Muito se fala em energia solar, mas essa é uma opção que ainda exige um investimento alto. E isso nem sempre é possível para pequenas empresas. Para isso, existe também a modalidade de geração compartilhada, em que consumidores podem se reunir em cooperativas e, desta forma, aderir à Geração Distribuída e garantir a compensação de até 20% do valor da fatura de luz”, alerta Miguel.
Bom pra quem usa, bom para a natureza
E para quem se preocupa com a questão energética, pode ficar tranquilo. As projeções para setor de energia de Geração Distribuída (GD) são otimistas. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o segmento deve, até o final de 2022, apresentar um crescimento de 105% quando comparado ao total instalado em 2021, passando de 8,3 GW para 17,2 GW, em decorrência da recente e sancionada Lei nº 14.300. Além da economia, a modalidade também estimula a economia sustentável, apoiando o surgimento de geradoras de energia renováveis independentes. Desta forma, cada vez mais torna-se possível atingir a meta 7 proposta pelo relatório da ONU.
“Estamos promovendo a divulgação da Geração Distribuída, pois é um negócio vantajoso para todas as partes envolvidas. Os números altos de novas adesões à modalidade estão em todo o país. Nos estados em que a Gedisa está presente, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, têm mostrado que é um setor muito promissor. Já estamos no setor de energia há mais de 15 anos com o fornecimento de GLP e geração de energia. Com a GD, conseguimos em um ano levar uma nova forma de consumir energia elétrica com desconto de até 20% na conta de luz, principalmente para as PMEs”, conta Wolney Pereira.