Bandeira vermelha conta de luz mais cara impulsiona o segmento solar

Bandeira vermelha: conta de luz mais cara impulsiona o segmento solar

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que o Brasil vai passar a adotar a bandeira tarifária vermelha – patamar 2 para as contas de energia a partir do mês de outubro. Em função das chuvas escassas e de um inverno com temperaturas acima da média, a conta de luz dos brasileiros terá portanto um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. Durante o mês de julho, já tivemos uma oscilação na bandeira, que permaneceu amarela. Em setembro, estávamos com a bandeira tarifária vermelha – patamar 1. Esse movimento voltou a atenção para o segmento solar.

Nesse cenário, a preocupação com as mudanças climáticas – e também com o bolso, por que não? -, incentiva o uso mais consciente dos recursos naturais e a busca por soluções sustentáveis. E a energia solar se destaca como uma saída eficiente e econômica. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), até 2031, a geração distribuída (GD) que utiliza sistemas fotovoltaicos tem potencial para gerar uma economia líquida de mais de R$ 84,9 bilhões na conta de luz dos brasileiros. Em maio, a capacidade instalada de energia solar fotovoltaica em sistemas próprios no Brasil ultrapassou 29 gigawatts (GW), segundo a Absolar. Mais de 3,7 milhões de unidades consumidoras no país já se beneficiam do uso da energia solar. E esse número só tende a crescer.

Como resultado das oscilações na bandeira tarifária e do maior acesso ao crédito, a procura por fontes alternativas e sustentáveis, como os sistemas fotovoltaicos, deve aumentar em aproximadamente 20%. E o momento não poderia ser melhor para o consumidor: novas tecnologias têm impactado positivamente o setor, tornando o custo-benefício da energia solar extremamente atrativo, mesmo com os impactos do cenário e da política externos, como a crise no Oriente Médio que interferiu no valor do frete internacional, e o aumento do dólar. Investir em energia solar continua sendo uma decisão financeiramente sábia e sustentável perante as opções do mercado.

Percebemos um movimento de evolução dos sistemas de armazenamento de energia solar no país, consequência principalmente da mudança legislativa que busca alternativas ao crescente custo da energia. Os sistemas atuais permitem o uso contínuo da energia solar, inclusive à noite ou em dias nublados; as baterias de íon de lítio são as mais eficientes no mercado, destacando-se por sua durabilidade, segurança e baixa manutenção; e temos promessas de baterias de fluxo e sódio-níquel-cloreto, ainda em fase experimental, que poderão oferecer soluções de custo mais baixo futuramente.

Em 2015, a Aneel regulamentou o fornecimento de energia solar por assinatura e, desde então, a modalidade também vem contribuindo para o crescimento do uso da tecnologia fotovoltaica. O número de usinas solares de geração compartilhada saltou de 1,9 mil em 2021 para 7,7 mil em 2023, conforme dados da Absolar. Sem a necessidade de investir em infraestrutura própria, como painéis solares, a geração compartilhada se apresenta como uma solução para democratizar a fonte solar no Brasil. Por isso, em agosto, anunciamos uma parceria para a entrada no mercado de energia solar por assinatura, visando ampliar as possibilidades de acesso a uma fonte de energia limpa, sustentável e economicamente vantajosa para o consumidor.

Ademais, são várias as iniciativas e ações que buscam ampliar a penetração da energia renovável na matriz energética do Brasil. Dentre elas, podemos citar o Plano Safra 2023-2024, que prevê um investimento no agro de R$ 364 bilhões com linhas voltadas práticas mais ecológicas e melhores taxas juros para financiamento das usinas de geração fotovoltaica; a expansão da capacidade de geração e armazenamento de energia, que reduz a dependência da rede de distribuição de energia elétrica; e as usinas flutuantes, que abrem caminhos ainda maiores para a redução de custos aliados a geração sustentável.

Toda essa mobilização é essencial para o progresso do setor de energia solar, que promete não apenas economia, mas também um futuro com independência energética e sustentabilidade para o Brasil.

Artigo de Junior Helte, CEO e fundador do Grupo HLT, Helte, INIMEX e Ângulo
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