A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou a oitava edição do estudo sobre a disponibilidade de lastro de energia incentivada para atender a demanda dos consumidores especiais. Os dados apontam uma sobra de 1.085MW médios para 2021, além de uma folga na oferta para o restante de 2020.
O levantamento faz um balanço dos dados da migração de unidades consumidoras classificadas como especiais até junho de 2020, que saltou de 13.400, em janeiro, para 15.139, em junho. Com o impacto da Covid-19, o aumento de carga total não foi seguido por uma ampliação do consumo médio, que se manteve em 3.416MW médios, no mês de junho. O incremento médio mensal no consumo de janeiro a junho de 2020 foi de 54MW médios – com destaque para o primeiro mês do ano, quando atingiu 90MW médios.
Em contrapartida ao pequeno crescimento do consumo em 2020, a expansão do parque gerador de energia incentivada apresenta números expressivos, o que garante a folga de oferta em 2021. A expectativa é que até dezembro de 2021 sejam acrescentados 1.237MW médios.
“Este montante ofertado pode crescer ainda mais, caso alguns projetos antecipem sua entrada em operação para o mercado livre e na revisão da REN 843/2019, que está em consulta pública”, destaca Carlos Dornellas, gerente executivo de Segurança de Mercado & Informações.
A oferta de lastro de energia incentivada para 2021 pode ampliar ainda mais a partir de janeiro de 2021, quando os consumidores especiais com demanda entre 1,5MW e 2MW se tornarão livres, ou seja, poderão contratar qualquer tipo de energia, conforme as Portarias 514/18 e 465/19. O potencial de energia para liberação relacionada à esta mudança é de 559MW médios.
“Tratamos como potencial pois nas outras reduções de requisitos, os agentes liberaram cerca de 24% e 14% da energia especial contratada. A decisão de trocar o tipo de energia de incentivada para convencional, nestes casos, é opcional aos agentes, que avaliam suas necessidades e benefícios”, comenta Dornellas.
No panorama da evolução de energia incentivada, a classificada como especial saltou de 9.112MW médios, em junho de 2019, para 10.114MW médios, no mesmo mês de 2020. Já em relação à energia incentivada total, verificou-se no mesmo período uma ampliação de 12.030MW médios para 13.057MW médios, apontando um aumento de 8,5% no total de lastro de energia incentivada.
Os dados utilizados para embasar o estudo consideram os processamentos concluídos até junho de 2020. Nesse contexto, não foi considerado o MVE (Mecanismo de Venda de Excedentes) extraordinário de agosto para vigência de 12 meses a partir de janeiro de 2021, que negociou 218MW médios, que favorece ainda mais o cenário para 2021. O processamento realizado para os últimos três meses de 2020, que transacionou 510MW médios, também não foi contemplado nos resultados para este ano.
Confira o resultado final sobre disponibilidade de lastro de energia incentivada: