Embora com menor intensidade do que em meses anteriores, o consumo de energia elétrica continua demonstrando uma recuperação sólida, após ter sido duramente impactado pela pandemia de COVID-19. O índice apresentou novo aumento em outubro em relação ao mesmo mês de 2019, de 1,4%, segundo dados do InfoMercado Quinzenal, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Mais uma vez, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) foi destaque, com alta de 7% em relação a outubro do ano passado. Ao se expurgar o efeito das migrações advindas do Ambiente de Contratação Regulada (ACR), o resultado permanece positivo, mas um pouco mais brando, atingindo 2%. Os Consumidores Livres ampliaram em 9,3% o volume consumido de energia, enquanto os consumidores especiais chegaram a 3,1% de crescimento, ambos sem considerar o expurgo de migrações entre os ambientes.
O ACR registrou queda de 1% em relação ao mesmo período de 2019. Uma vez desconsiderado o efeito das migrações para o ACL, no entanto, o mercado regulado teria apresentado um aumento 1,2% na mesma base de comparação.
Vale reforçar que os resultados são preliminares e sofrerão alterações até que todos os dados faltantes sejam contabilizados. Eles levam em conta o consumo total do mercado regulado (ou ACR), em que o consumidor compra energia diretamente das distribuidoras, e do livre (ACL), que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais.
Regiões e Ramos de Atividade
Entre os estados, destaque para o crescimento do consumo de energia elétrica no Mato Grosso (14%), Tocantins (12%) e Rondônia (10%), sendo o ACR o grande responsável pela alta. Na outra ponta do ranking, as informações preliminares apontam que Rio Grande do Sul (- 10%), Rio de Janeiro (- 1%) e Distrito Federal (- 1%) foram as regiões que registraram retração frente ao mesmo mês do ano passado.
Quanto aos ramos de atividade, seguindo a recuperação observada a partir de julho, setores com grande representatividade registraram ampliação em outubro, dentre eles, os ramos de saneamento (30,3%), bebidas (13,2%), manufaturados diversos (10,7%), minerais não-metálicos (10,2%), metalurgia e produtos de metal (7,9%) e alimentícios (9,1%). Apresentaram variações negativas os segmentos de serviços (0,4%), extração de minerais metálicos (1,5%), veículos (4,1%) e transporte (4,4%). Os valores não consideram o expurgo de novas cargas.
Geração
Em relação à geração, observa-se um aumento de 1,3% em outubro, comparado ao mesmo período do ano anterior, com destaque para a elevação na produção das usinas hidráulicas (5,0%) e fotovoltaicas (1,7%). Já as usinas eólicas e térmicas apresentaram quedas de (6,3%) e (4,3%), respectivamente.