O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) instalou a Câmara Temática AgroCarbono Sustentável. O lançamento aconteceu no final de novembro, em evento que reuniu mais de 100 participantes de forma presencial e on-line em Brasília. A nova câmara tem como objetivo reunir setor público e privado e alavancar o debate para reforçar políticas públicas que promovam a sustentabilidade do agro.
A iniciativa permitirá a construção de políticas integradas e estratégias colaborativas que enderecem questões críticas como segurança alimentar, combate à fome, conservação ambiental, resiliência climática e manutenção da posição de grande exportador global. Entre os objetivos está alinhar o setor agropecuário brasileiro com as demandas da sociedade e as expectativas do mercado internacional.
Na reunião, o presidente da câmara, José Angelo Mazzillo Júnior, ressaltou que a discussão está bastante pulverizada e que é preciso coordenar as várias iniciativas, “todas são meritórias, aproveitarmos a sinergia e evitarmos hiatos. Precisamos ter um plano de país em relação à sustentabilidade do Agro bastante integral e abrangente”.
Os membros serão designados em seguida, porém os temas a serem debatidos já foram escolhidos. Serão quadro grupos temáticos: taxonomia; rastreabilidade e certificações; finanças sustentáveis e a participação nos mercados de carbono. Todos buscam debater, como foco principal, um futuro em que a agropecuária brasileira seja reconhecida não apenas como mais produtiva, mas também como um exemplo de desenvolvimento econômico e responsabilidade socioambiental.
O assessor especial do ministro Carlos Fávaro, Carlos Augustin, destacou que a nova câmara será um ambiente para unificar os debates sobre diversos temas transversais da sustentabilidade do setor. “O palco de discussão do mercado de carbono vai ser aqui, para discutir o desconto no crédito rural para as boas práticas”, disse.
Dividida em cinco grandes grupos, a câmara contará com 44 entidades na sua composição inicial. Dentre eles representantes de produtores e proprietários rurais, financiadores, certificadores, auditores, agtechs, reguladores, academia e entidades envolvidas com o tema da sustentabilidade das cadeias produtivas do agronegócio. Eles irão promover a construção de soluções sustentáveis mais abrangentes e eficazes.
“Além do Mapa, teremos um público bastante diverso. E é isso que a gente quer. Queremos integrar todas as visões para direcionar o foco das pessoas em relação ao tema sustentabilidade do agro e da atração das boas iniciativas”, disse o presidente da câmara. A portaria que cria a câmara foi assinada pelo ministro Fávaro, antes de viajar com o presidente Lula para o Oriente Médio e Europa.
Próximos passos
Em janeiro, o Mapa realizará workshop que reunirá o grupo de reguladores. A ação pretende ouvir das partes como está o tema e o que estão fazendo em relação ao agro sustentável. Dentro desse grupo estão os ministérios da Agricultura e Pecuária; Fazenda; Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços; Meio Ambiente e Mudanças do Clima; e a Embrapa.