Aproveitar a energia solar não se restringe mais a instalação de painéis fotovoltaicos. O mercado cresceu, se especializou e algumas empresas do setor estão comercializando projetos mais amplos focados em eficiência energética.
Vários fatores são analisados nas instalações para que o consumidor alcance máxima economia na conta de energia, com segurança da instalação e retorno do investimento no menor tempo possível.
A instalação de novos projetos de geração de energia fotovoltaica cresceu acima de 50% nos últimos cinco anos, impulsionada pela queda no preço dos equipamentos e pelo aumento do custo da energia. As projeções para 2023 são de que o setor cresça 52%, com investimentos na ordem de R$ 50 bilhões.
Demanda aquecida atrai o ingresso de novos players acirrando a competitividade. Entre 2016 e 2017 surgiam cerca de 250 empresas de painéis fotovoltaicos anualmente no Brasil, esse número mais que dobrou em 2020, e, atualmente, a estimativa é que mais de 20 mil empresas operem neste mercado. Com este cenário mais competitivo, empresas em atividade há mais tempo investem em profissionais especializados e apostam na comercialização de projetos mais amplos que vão muito além da instalação dos painéis.
A Mepen Energia, por exemplo, empresa com dez anos de experiência e atuação em todos os estados, contratou mais engenheiros elétricos e especialistas em projetos e vem concentrando seu esforço de vendas no conceito de eficiência energética.
“Nosso negócio não se restringe à instalação de painéis fotovoltaicos e sistemas de baterias. Nós temos uma equipe de técnicos e engenheiros que faz uma análise criteriosa das instalações existentes no local e desenvolve um projeto completo indicando uma série de melhorias necessárias para aproveitar ao máximo o equipamento, minimizando desperdícios, evitando acidentes e reduzindo ao mínimo a conta de energia”, explicou Lucas Tomaselli, diretor da empresa.
“Nos projetos de eficiência energética os técnicos podem apontar a necessidade de troca da fiação existente, buscar a menor distância possível para a instalação dos painéis, apontar a posição e a inclinação ideal, além de indicar o tipo do material a ser utilizado”, completou.
No caso das indústrias, um fator que também passou a ser observado mais recentemente em projetos de eficiência energética, segundo Tomaselli, é a busca pela sincronia entre os picos de consumo de energia e os picos de produção dos painéis fotovoltaicos.
Esta questão ganhou maior relevância a partir de janeiro deste ano, quando novos projetos de geração distribuída passaram a ser tributados pelo uso da rede, a chamada “taxa fio B”, mas o consumo instantâneo continuou isento.
De acordo com Tomaselli, para algumas indústrias pode ser analisada a viabilidade de adequar o horário de acionamento do maquinário que consome muita energia para os períodos diurnos de maior produção dos painéis, aproveitar assim a energia gerada instantaneamente, evitando a tributação da “fio b”.
Marco Legal
A Lei 14.300/22 instituiu o Marco Legal da Geração Distribuída (GD) e prevê que novas plantas fotovoltaicas a partir de 7 de janeiro de 2023 sejam taxados pelo uso da rede. A tributação ocorre apenas sobre a energia que é injetada na rede e vira crédito para ser descontado na conta. Segundo a lei, a cobrança considera um percentual inicial de 15% e atinge o valor máximo em 2029. Entre as alternativas para evitar a tributação além do foco no consumo instantâneo, outra possibilidade é o investimento em sistemas de armazenagem de energia.