A iminência da prorrogação do prazo para taxação da energia solar de janeiro para junho de 2023 deverá resultar em um aumento de mais de 30% nas instalações da empresa gaúcha Solar Serra. Com matriz em Bento Gonçalves e centro de distribuição em Veranópolis, na Serra Gaúcha, a empresa prevê ainda a abertura imediata de 10 novas vagas de emprego. Os postos de trabalho são para funções como instalador, vendedor, eletricista, motorista e almoxarife. A Solar Serra também possui unidades em Concórdia (SC) e Curitiba e dois escritórios recém-inaugurados em Protásio Alves e São Marcos (RS).
O adiamento da cobrança pelo uso da rede elétrica na instalação de microgeradores e minigeradores de energia fotovoltaica, com isenção de tarifas, tem sido pleiteado pelos empresários do setor desde que foi anunciado em janeiro do ano passado. Para o proprietário da Solar Serra, Mário Henrique Bordignon, a aprovação do Projeto de Lei 2.703/2022 pelo Congresso Nacional será portanto um ganho para um dos segmentos que mais gera empregos no país. Atualmente, são mais de 600 mil postos de trabalho desde 2012. O PL foi aprovado pela Câmara e está em tramitação no Senado.
“Desde 2019 estamos mostrando para os deputados e para a opinião pública a importância da energia solar para o país. Seja participando de audiências e até mesmo ajudando em estudos que mostram assim os benefícios para a economia e também para o meio ambiente. Agora, o que fizemos com a liderança do Movimento Solar Livre (MSL) foi demonstrar que ainda não havia a regulamentação por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Essa é portanto a grande justificativa para a prorrogação”, informa.
Fim da isenção acelerou instalações
Mário Henrique Bordignon acredita que a proximidade com a data prevista para que começasse a taxação foi um dos motivos para um aumentona procura. Ele chegou a 150% no número de obras no último trimestre deste ano. A Solar Serra realizou mais de 250 instalações, em residências nos meios rural e urbano, indústrias e agroindústrias.
O empresário acrescenta que a energia solar também é um braço econômico importante para o desenvolvimento do país. Ele cita dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Eles mostram que o setor já trouxe ao país R$ 103 bilhões em novos investimentos. Além de mais de R$ 27,2 bilhões em arrecadação de impostos aos cofres públicos.
“É importante, ainda, que se aborde portanto a economia no custo de energia para o consumidor. Ela pode chegar a 95%, além de trazer dessa forma maior segurança energética para o país. Se não tivéssemos a energia solar à disposição, teríamos um novo horário de pico. Ele seria das 13h às 15h, e se somaria assim ao período de grande uso de energia que vai das 18h às 21h”, conclui Bordignon, que também é engenheiro eletricista.