A implementação das redes inteligentes (smarts grids) vem crescendo de forma exponencial no Brasil. Segundo um estudo da American Council for an Energy-Efficient Economy, houve um aumento de 30% de instalações de smart grids no Brasil no período de pandemia. Há muita novidade chegando, como o uso da inteligência artificial, no que diz respeito à gestão eficiente de energia.
Para ter ainda mais avanço tecnológico no setor é necessário realizar a aplicação do conceito de transição energética. Ele envolve não só a geração de energia, mas também o consumo e o reaproveitamento dela. Além disso, é preciso reforçar que as mudanças climáticas, descentralização e digitalização estão abrindo uma nova possibilidade para a expansão do Mercado Livre de Energia. Esse movimento, mesmo que a passos lentos, acompanha uma realidade que está se expandindo mundialmente.
No Brasil, o mercado livre de energia elétrica ainda é restrito a grandes consumidores. Ele responde por 34% de toda a energia consumida no Brasil, mas a perspectiva é de se tornar acessível a todos nos próximos anos. Segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL), no ano passado, os agentes do mercado livre registraram um crescimento de 32,8% no faturamento, comparado com 2020.
Algumas vantagens em um cenário de mercado livre são desde a possível redução nos preços de energia comercializada a estímulo às fontes renováveis de energia e mais autonomia. Além disso, com o mercado livre de energia há uma contribuição com a preservação do meio ambiente, com a diminuição da emissão de menos poluentes e redução de interrupções por problemas nas redes ocasionados por fatores externos, não afetando a produtividade ou causando perdas.
Dentro desse contexto, o papel das smart grids é extremamente importante, pois permite usar Internet das Coisas (IoT), 5G e Big Data. Ela gera sensoriamento, comunicação bidirecional e automação para ajudar na conexão de fontes distribuídas. As redes inteligentes servem para garantir maior eficiência, confiabilidade e segurança, além de serem mais sustentáveis. Outro benefício é o fomento para um mundo descarbonizado e uso das energias renováveis.
Para o setor de distribuição, a modernização com as redes inteligentes permite identificar possíveis sobrecargas no sistema, ter agilidade na hora de corrigir as falhas de interrupção de energia e delimitar uma área afetada por falha. Além de combater perdas técnicas e reduzir os custos operacionais.
O momento é de transformar o sistema elétrico em uma rede moderna para que possa evoluir e vencer os desafios da contemporaneidade. As smart grids juntamente com o mercado livre de energia vêm com uma proposta mais dinâmica, competitiva, democrática e alinhada às práticas ESG. Lembrando que a demanda energética é crescente e, atualmente no Brasil 16,5% da energia gerada ainda se perde na rede.