A Petrobras iniciou, em 30/4, a produção de petróleo e gás natural por meio do FPSO Guanabara. É o primeiro sistema de produção definitivo instalado no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma, do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás), tem capacidade de processar até 180 mil barris de óleo e 12 milhões de m3 de gás. Isso representa 6% da produção operada pela Petrobras, contribuindo assim para o crescimento previsto da produção da companhia. Mero é portanto o terceiro maior campo de petróleo do pré-sal (atrás apenas de Búzios e Tupi).
A plataforma chegou ao campo de Mero no fim de janeiro de 2022. Neste período, foi conectada a poços e equipamentos submarinos e passou pelos testes finais antes de dar início à produção. Na primeira onda serão interligados 6 poços produtores e 7 injetores ao FPSO. A previsão é que dessa forma a plataforma atinja o pico de produção até o final de 2022.
“O FPSO Guanabara é a unidade de produção de petróleo mais complexa a operar no Brasil. A implementação de um projeto com essa tecnologia é resultado portanto de mais de uma década de aprendizado no pré-sal. E também da atuação integrada entre a Petrobras, parceiros e fornecedores. O projeto foi concebido visando aliar capacidade produtiva e eficiência, para assim reduzir de emissões de gases de efeito estufa”, destaca João Henrique Rittershaussen, diretor de Desenvolvimento da Produção da Petrobras.
O peso da plataforma é de 102.443 toneladas (equivalente a 258 Boeings 747); altura de 172 metros, equivalente a 4,6 estátuas do Cristo Redentor e comprimento de 332 metros, ou três campos de futebol. Além disso, tem capacidade de geração de energia de 100 megawatts, suficiente para abastecer uma cidade de 330 mil habitantes.
Construída e operada pela Modec, a unidade está localizada a mais de 150 km da costa do estado do Rio de Janeiro em profundidade d´água que chega a 1.930 metros. Ao todo, mais três plataformas definitivas estão programadas para entrar em operação no campo de Mero no horizonte do Plano Estratégico 2022-2026 da Petrobras.
O FPSO Guanabara conta com sistemas de reinjeção do gás, onde a produção de gás com teor de 45% de dióxido de carbono (CO2), após consumo próprio no FPSO, será toda reinjetada na jazida. O objetivo é a manutenção de pressão e a melhora na recuperação de petróleo, além de reduzir dessa forma o lançamento de CO2 na atmosfera. A reinjeção de gás será feita portanto de forma alternada com a injeção de água (Water Alternating Gas – WAG).
Adicionalmente, o campo de Mero está desenvolvendo uma tecnologia inédita de separação ainda no leito marinho, do gás rico em CO2 do petróleo, para sua reinjeção a partir do leito marinho. Isso reduz a quantidade de gás que chega ao FPSO, aumentando assim a disponibilidade do FPSO ao óleo e a eficiência do projeto.
O projeto de Mero 1 é parte de um dos mais robustos programas de Captura, Uso e Armazenamento geológico de CO2 do mundo – chamado CCUS. Essas iniciativas estão alinhadas ao compromisso da Petrobras de redução de 32% na intensidade de carbono na área de Exploração e Produção até 2025.
O campo unitizado de Mero é operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC Petroleum Brasil Ltda (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A -PPSA (3,5%), como representante da União na área não contratada.